INFLUÊNCIA SOBRE O PIB

Produção de aço brasileira registra expansão de 24% no primeiro semestre

Por Marcelo - Em 22/07/2021 às 7:27 PM

A produção brasileira de aço bruto cresceu 24% no primeiro semestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado, atingindo 18,1 milhões de toneladas (t). As vendas internas (12,09 milhões de t) subiram 43,9% e o consumo aparente (14,03 milhões de t), 48,9%. Os dados foram divulgados hoje (22) pelo presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes.

Placas de aço da CSP são exportadas por meio do Porto do Pecém                    Foto: Divulgação

O balanço revela, porém, que as exportações tiveram retração em quantidade (-13,7%), com total de 5,2 milhões de toneladas, e aumento de 28,3% em valor (US$ 3,8 bilhões) em relação ao mesmo período de 2020. Lopes disse que o consumo de aço e o desenvolvimento econômico “andam juntos e são indissociáveis” e que o produto é um indicador antecedente e deve influenciar no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

As importações evoluíram 140,6% no acumulado janeiro/junho em quantum, somando 2,5 milhões de toneladas, e 105,6% em valor, com US$ 2,3 bilhões no período analisado. Lopes destacou que, no primeiro semestre, em relação às médias anuais de 2018, 2019 e 2020, as vendas internas cresceram 28,9%, 28,7% e 24,4%, respectivamente, enquanto as exportações caíram, na mesma comparação, 61%, 54,4% e 33,7%. Segundo Lopes, isso comprova que não corresponde à realidade a argumentação de que o setor aumentou exponencialmente a exportação.

Para ele, a alíquota do Imposto de Importação não deve ser reduzida diante das ameaças ao Brasil no setor siderúrgico, “por conta do brutal excedente da capacidade instalada no mundo, que atingiu, no ano passado, 562 milhões de toneladas”. A seu ver, isso abre oportunidade para “práticas predatórias, escaladas protecionistas e preços aviltados”.

Lopes ressaltou que, em todo o mundo, os países vêm adotando salvaguardas para se proteger dessas práticas. Segundo ele, a América do Sul e o Brasil, em especial, aparecem sem nenhum mecanismo excepcional de defesa. O Brasil pode, com isso, transformar-se em um “depositário de desvios de comércio”, acrescentou.

Com 31 milhões de toneladas de aço produzidas em 2020, o Brasil aparece na nona posição no ranking mundial, liderado pela China, com cerca de 1,06 bilhão de toneladas. O setor siderúrgico nacional prevê investir US$ 8 bi entre 2021 e 2025. Esse valor se somará aos US$ 28,2 bilhões investidos entre 2008 e 2020, informou Mello Lopes. (Agência Brasil)

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