O Fundo Monetário Internacional melhorou a perspectiva de crescimento do Brasil neste ano, citando a melhora nos termos das trocas comerciais do País. Mas, reduziu a alta estimada para 2022. O relatório Perspectiva Econômica Global do FMI, divulgado nesta terça-feira (27), mostrou que a instituição estima um crescimento do PIB brasileiro de 5,3% em 2021, 1,6 ponto percentual a mais do previsto em abril.

Mas, para 2022 a projeção de crescimento foi reduzida em 0,7 ponto, para 1,9%. A melhora do cenário do País para este ano ajudou a elevar a perspectiva de crescimento econômico da América Latina e Caribe para 5,8% em 2021, 1,2 ponto a mais do que em abril. A previsão para a região no ano que vem, por sua vez, melhorou em apenas 0,1 ponto, e ficou em 3,2%.

Melhora nas relações comerciais externas do Brasil influenciaram                   Foto: Divulgação

“A melhora da projeção para a América Latina e Caribe resulta principalmente de revisões para cima no Brasil e México, refletindo resultados melhores do que o esperado no primeiro trimestre”, disse o FMI no relatório. Também citou repercussões positivas para o México da melhora do cenário para os Estados Unidos e termos comerciais em alta expressiva no Brasil, que tem sido favorecido pela valorização dos preços das commodities.

A projeção do FMI para a expansão do PIB brasileiro este ano ficou em linha com a do Ministério da Economia, feita em meados deste mês. Mas para 2022 a expectativa do ministério é melhor, para 2,51%. Já a estimativa de crescimento do PIB na pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central junto a uma centena de analistas de mercado está em 5,29% para 2021 e 2,1% para 2022.

O FMI chamou a atenção para a possibilidade de piora da pandemia e de condições financeiras externas mais apertadas, o que seria um revés grave para a recuperação dos mercados emergentes e em desenvolvimento, levando o crescimento global para abaixo do cenário básico previsto no relatório.

O documento destacou ainda a inflação elevada esperada para esse grupo de países, relacionada em parte à alta de preços dos alimentos. “A comunicação clara de bancos centrais sobre o cenário para a política monetária será importante para moldar as expectativas de inflação e proteger contra aperto prematuro das condições financeiras”, disse o FMI.

E ressaltou, ainda, que existe o risco de que as pressões transitórias possam se tornar mais persistentes e que os bancos centrais possam precisar adotar ações preventivas, mis amargas, que podem frustrar as expectativas de crescimento econômico. (Agência Brasil)