A White Martins assinou um Memorando de Entendimento com o Complexo Industrial e Portuário do Pecém oficializando seu interesse em participar do “Hub de Hidrogênio Verde Pecém – Ceará”. O futuro equipamento é uma parceria entre Governo do Ceará, CIPP S/A, com participação da FIEC e UFC. A parceria pretende estabelecer e desenvolver as potencialidades da produção local, voltada prioritariamente à exportação para a Europa.

“Identificamos nesta parceria a possibilidade de inovar na produção e no fornecimento de energia limpa com investimentos na cadeia de valor do hidrogênio verde, aproveitando a sinergia da planta de gases do ar da White Martins já existente no CIPP Pecém. Este projeto está em linha com a estratégia global da Linde de crescimento no mercado de hidrogênio verde”, afirmou o diretor de Hidrogênio e Gás Natural Liquefeito da White Martins, Guilherme Ricci.

Planta da White Martins funciona anexa à CSP, instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém              Foto: Divulgação

“A White Martins, uma empresa do Grupo Linde, detém tecnologia e expertise em várias áreas-chave da cadeia de produção, distribuição e aplicação do H2V, incluindo eletrolisadores, produção de amônia, liquefação de H2, tecnologia para uso de H2 em mobilidade e experiência com injeção de H2 em redes de gás natural, sendo assim será uma importante parceira para o Hub de H2V no Pecém”, disse Duna Uribe, diretora Comercial do Complexo do Pecém.

Por meio desta iniciativa, o Governo do Ceará vai intensificar a produção de hidrogênio, a partir de fontes de energias renováveis, para promover o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e ambiental do Estado, fomentando o seu uso na indústria e no transporte. Além disso, a meta é tornar o Ceará um fornecedor global de H2V, contribuindo assim com a redução dos níveis globais de dióxido de carbono (CO2).

“É necessário destacar que o projeto não conta com investimento de verbas públicas, mas o Estado do Ceará desenvolverá políticas públicas de energias renováveis para o desenvolvimento sustentável, focadas em maximizar os benefícios para a região e consolidar o futuro HUB de Hidrogênio Verde do Pecém”, destacou Roseane Medeiros, secretária Executiva da Sedet.

“Este Memorando de Entendimento é mais uma prova de que o mercado reconhece o potencial do Estado do Ceará para a produção de hidrogênio verde e o amplo espaço e instalações que o Porto de Pecém pode oferecer para acomodar um cluster de eletrolisadores”, acrescentou René van der Plas, diretor do Porto de Roterdã Internacional (PORint).

Competitividade global

O CIPP tem como seus acionistas o Governo do Ceará (70%) e o Porto de Roterdã (30%), parceria que traz uma vantagem competitiva ao projeto, pois o terminal holandês está trabalhando com vários parceiros para o desenvolvimento de uma rede de hidrogênio em grande escala em seu complexo portuário, com a intenção de transformar o Porto de Roterdã em um “Hub” internacional de produção, importação, aplicação e transporte de hidrogênio para a Europa.

Dessa forma, o projeto a ser desenvolvido entre a White Martins, seus parceiros e o Complexo do Pecém poderá ter Roterdã como o porto de entrada na Europa. Além disso, o Complexo do Pecém tem localização privilegiada conectada às principais rotas marítimas que ligam à Europa e aos Estados Unidos, assim como um custo logístico competitivo pela proximidade aos mercados, o que representa um diferencial no custo total do hidrogênio verde.

Possui, ainda, área disponível e a infraestrutura industrial e portuária necessária, além dos benefícios tributários da Zona de Processamento de Exportação, o que pode representar uma importante redução no opex e capex do possível investidor. O potencial mercado interno de hidrogênio verde a ser desenvolvido no Complexo do Pecém, inclusive, conta com empresas já instaladas dos setores de aço, fertilizantes, cimento, mineração e, ainda, a Cegás.