As tensões políticas provocadas pelas manifestações do 7 de Setembro, devido às declarações do presidente Jair Bolsonaro, aliadas a uma instabilidade generalizada no mercado internacional, derrubou o principal índice da B3 nesta quarta-feira (8), fazendo com que o Ibovespa registrasse uma queda de 3,78%, fechando aos 113.412 pontos, a maior retração em um dia, desde 8 de março.

Ibovespa registrou a maior retração em um dia, desde 8 de março                  Foto: Divulgação 

Em discursos inflamados, proferidos mediante milhares de apoiadores na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro teceu críticas ferrenhas aos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, bem como ao presidente do Supremo, Luiz Fux.

Chegou a afirmar que não vai cumprir determinações de Alexandre de Moraes, o que levou o ministro Fux a destacar em seu discurso que incitar o não cumprimento de decisões da Suprema Corte “é crime de responsabilidade, que deveria ser analisado pelo Congresso Nacional”.

Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal – Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente -, não foram tão enfáticos em suas declarações. O primeiro defendeu a reabertura do diálogo entre os Três Poderes, enquanto Pacheco suspendeu as sessões plenárias do Senado, esta semana.

Com a queda registrada pelo Ibovespa, o volume financeiro negociado ficou em R$ 36,45 bilhões. E o desempenho ruim das bolsas de valores no exterior, principalmente devido ao baixo volume de empregos criados nos Estados Unidos em agosto, também colaboraram para o fraco resultado da B3.

Na contramão da bolsa brasileira, o mercado de câmbio encerrou o dia com valorização de 2,89% do dólar comercial, cotado a R$ 5,326 para a venda. Enquanto isso, o dólar futuro, com vencimento em outubro registrou ganhos de 3,07%, a R$ 5,346 no after market.