ESTRATÉGIAS DA RETOMADA

Ricardo Cavalcante e Maurício Filizola cobram facilidade de acesso ao crédito e apoio governamental ao setor produtivo

Por Marcelo - Em 24/06/2020 às 5:33 PM

O presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, afirmou nesta quarta-feira (24), no painel “O papel das entidades, instituições públicas e fomento o enfrentamento à Covid-19”, durante o Seminário de Gestores Públicos – Prefeitos Ceará 2020, que a entidade realizou diversas ações durante a pandemia do novo coronavírus, por meio do Sistema FIEC que reúne também o Senai, o Sesi e o IEL. E anunciou que, amanhã, será lançado o Elmo, um capacete de suporte ventilatório para evitar que as pessoas sejam entubadas  que foi desenvolvido aqui no Ceará.

Ricardo Cavalcante e Maurício Filizola cobraram as ações                         Foto: Portal IN News

“Confeccionamos 45 mil máscaras de proteção facial (face shields) para o pessoal da saúde, doamos 25 mil máscaras para o sistema prisional, produzimos 2.000 litros de álcool em gel para doar aos hospitais, desenvolvemos uma área no Senai para recuperar respiradores artificiais, inclusive com desenvolvimento de peças que não existiam mais no mercado, dentre outros produtos para doação”, explicou.

Disse que os avanços no mundo virtual foi de 5 a 10 anos em apenas 90 dias, o que está sendo muito relevante para a sociedade mundial. E finalizou dizendo que o empresariado precisa de crédito. “O Governo Federal tem lançado os programas, mas o dinheiro não está chegando. De 59 empresas que fizeram solicitação de crédito, apenas seis conseguiram. Mas os bancos têm suas regras e é preciso conectar essas duas pontas para que a gente retome a economia”, completou Ricardo Cavalcante.

O presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, disse que o momento está sendo desafiador, mas de muito aprendizado, que está trazendo maior interação com o digital, inclusive os clientes. E deu apoio aos empresários, informar corretamente sobre todas as medidas adotadas pelos governos nas áreas tributária, trabalhista e de fomento. E cobrou o apoio do poder público aos setores produtivos para alavancar a retomada econômica do Ceará.

“O Sesc, o Senac, o IPDC e a própria Federação nortearam o empresariado com essa forte interlocução e realizamos diversas ações sociais. Arrecadamos mais de 600 toneladas de alimentos que estão sendo distribuídas a mais de 100 instituições”, lembrou.

Mas o principal aprendizado foi a união do setor produtivo cearense. “Essa união está sendo contemplada nesta retomada com a valorização e a comercialização do que é produzido aqui no Ceará, reunindo as federações do comércio, da indústria, da agricultura e dos transportes, juntamente do Sebrae, para que a gente possa fazer a valorização daquilo que é produzido aqui no Estado, que a gente possa comprar da empresa que está próxima”, asseverou Maurício Filizola.

Joaquim Cartaxo disse que o Sebrae realizou uma transformação digital

Já o superintendente do Sebrae-CE, Joaquim Cartaxo, destacou que a transformação digital de micro e pequenos negócios já vinha sendo trabalhado, mas isso foi acelerado com a pandemia da Covid-19. A entidade funcionou 100% digital, realizando todas as atividades de atendimento e os resultados foram gratificantes.

“Passamos a dar cursos nas áreas de finanças, marketing, vendas, por WhatsApp, que já somaram mais de quatro mil alunos. Mais de 33 mil matrículas nos cursos EaD, consultorias gerenciais para mais de 366 empresas, ou seja, os clientes também tiveram de ingressar nessa nova realidade online”.

FCDL-CE e BNB

Quem também participou do debate foi o presidente da FCDL-Ceará, Freitas Cordeiro, destacando os desafios da preservação das vidas e da economia nacional, pois afirma que elas não são antagônicas, mas sim complementares. E que o apoio dos municípios ao setor de comércios e serviços é fundamental.

“Procuramos trabalhar um protocolo para estabelecermos normas para voltar às atividades, buscando alternativas para sermos protagonistas de uma solução. No município é onde a vida acontece e o gestor precisa estar atendo a isso. O comércio e os serviços interagem diretamente na vida dos municípios, pois compõem, em média a 75% do PIB e, em alguns municípios chega a 90%. Preservar empregos passa por preservar as empresas”, salientou Freitas Cordeiro.

E Rodrigo Bourbon, superintendente Estadual do Banco do Nordeste no Ceará, afirmou que foram criadas diversas linhas emergenciais que conseguiram reduzir os custos financeiros, em especial para capital de giro e investimentos. E que apenas de 16 de março até este mês, o BNB contratou mais de R$ 2 bilhões em operações.

“O banco também suspendeu todos os pagamentos que estavam previstos até o final do ano de nossos clientes, para fazer com que possam superar essa crise da melhor maneira. Com relação ao acesso ao crédito, o BNB está se reinventando no meio da pandemia, por meio de plataformas digitais e atendimento remoto, com retorno em até 72 horas”, disse.

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