Paulo Porto diz que a empresa está se redimensionando                           Foto: Portal In News

O setor de transporte rodoviário de passageiros foi fortemente impactado pelo decreto de isolamento social determinado pelo Governo do Ceará. De acordo com o CEO da Expresso Guanabara, Paulo Porto, está sendo feito um processo de redimensionamento da empresa, para que ela possa retornar às atividades de forma competitiva e mantendo a excelência no atendimento aos clientes.

Junto com as entidades representativas, está tentando com os entes públicos – União e Estado – a liberação de incentivos, para que a retomada possa ocorrer de forma equilibrada. “Temos três lotes operacionais, cuja concessão foi renovada no fim de 2019, com 120 ônibus destinados exclusivamente a essas linhas – que operam em Sobral, Cariri e Iguatu – cuja aprovação das indenizações devem ser definidas nos próximos 30 dias, pois quando for liberado o transporte de passageiros, teremos de oferecer as linhas novamente”, explicou.

Apesar dos números graves que o Estado vem apresentando na disseminação do coronavírus, acredita que o transporte rodoviário deve ser flexibilizado em breve, pois e economia não pode parar totalmente. “Com todos os cuidados sanitários e de saúde, protocolos definidos, para que possamos, de forma gradual, retomar as nossas atividades, pois existem pessoas necessitando ir a cidades do interior e não possuem carro, precisando dos ônibus”, disse.

Ele lembrou que cabe à empresa cumprir as determinações do Governo do Ceará, não contestá-las, pois o governador afirma que está seguindo todos os protocolos e determinações da OMS. “Nosso setor foi extremamente afetado, tanto intermunicipal, urbano e interestadual. Mas ainda estamos realizando 20 operações diárias – para alguns destinos em Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco , com demanda razoável. Entretanto, antes da pandemia, fazíamos 500 viagens”, salientou o executivo.

Porto revelou que a Guanabara está organizando estratégias para o retorno do volume de viagens, por uma série de motivos, sendo que as principais são aquelas de visitas a familiares, trabalho, que representam o maior público diário e, inclusive, algumas viagens ligadas ao setor de turismo. Isso tanto para os estados da região Nordeste, como do Norte, Centro-Oeste e Sudeste.

Expresso Guanabara tem uma numerosa frota para atender à demanda

“Até dezembro deveremos chegar a 70% do que éramos antes da pandemia. Precisamos ver como vai ficar a questão dos impostos, após essa situação passar. Nossa atividade deve registrar um enxugamento de, pelo menos 30%, nos próximos 12 meses, pois a retomada deve ser lenta. O novo normal será diferente do que era antes de enfrentarmos esse combate na área da saúde”.

E lamentou que cerca de 40% das empresas do setor, possivelmente, não conseguirão sair dessa crise em todo o País. “Inicialmente, colocamos um grande grupo de colaboradores em férias, houve algumas demissões, e estamos realizando um planejamento estratégico para que possamos retornar ao nosso trabalho de forma competitiva. Mas há muitas empresas que não têm a mesma estrutura nossa, que deverão encerrar atividades. Estamos planejando as principais ações para os próximos 12 meses, e alguns pontos para 2022”, disse o CEO da Guanabara.

Com relação ao turismo, acredita que pode ajudar na retomada de operações da empresa, pois como o setor aéreo foi muito afetado, em especial os voos regionais e com valores mais elevados das passagens, isso deverá aquecer as vendas do setor rodoviário. “Desde que a Avianca saiu do mercado aéreo nacional, estávamos registrando um crescimento forte na procura por passagens rodoviárias, com encomenda de novos veículos, mas agora tudo vai ser reavaliado. Mas estamos preparados para este novo momento que está por chegar”, completou Paulo Porto.