O empresário Ricardo Bezerra destacou que o setor imobiliário está vivendo um momento muito positivo, tanto que os financiamentos imobiliários no Ceará, por meio do SBPE tiveram uma alta de 218% nos quatro primeiros meses deste ano. Um ponto, porém, preocupa o setor da construção civil, o preço dos insumos, que está elevado.

Na apresentação desta sexta-feira (21) ele destacou que abril teve três lançamentos no residencial vertical – Estilo Dunas (Direcional), com VGV de R$ 50 milhões; o Barcelona Residence (Ápice), e VGV de R$ 27 mi, além do Meireles Compact (Moreira da Rocha), com R$ 11 milhões de VGV – representando o melhor mês de abril dos últimos seis anos.

Construção civil está vivendo um bom momento de expansão                          Foto: Divulgação

Durante o Flash Imobiliário ressaltou, ainda, que já são dez lançamentos de médio e alto padrão nos quatro primeiros meses de 2021, o equivalente aos anos de 2019, 2018, 2017 e 2016, juntos, pois em 2020 não houve nenhum. Além disso, o mês de abril foi 7,5% acima de março, com 143 unidades comercializadas e VGV de R$ 94 milhões, alta de 6,9% frente ao mês anterior.

Mas na comparação com abril de 2020 a alta no número de unidades comercializadas saltou 186% e em VGV houve uma expansão de 185%. Ricardo ainda salientou que estes números todos não incluem os imóveis supereconômicos (Casa Verde Amarela). Já o VSO médio foi de 3,7%.

O segmento de salas comerciais registrou apenas três unidades vendidas em relação a março, 97% abaixo do mês anterior e VGV de R$ 1,1 milhão. Mas lembrou que quando a economia voltar a crescer, possivelmente, o volume de salas comercializadas deverá ser muito elevado. Apesar disso, no acumulado do ano já são 128 salas vendidas (+700%) e VGV de R$ 44 milhões (+633%).

Já para imóveis de segunda moradia os números mostraram 22 unidades vendidas, 39% abaixo do mês anterior, VGV de R$ 7,5 milhões (queda de 46%). Mas salientou que tais números não refletem a realidade, pois os últimos lançamentos foram compostos por condomínios fechados, cujas vendas explodiram. Mas das obras incorporadas, que são analisadas pelo Flash, os números foram menores. Entretanto no primeiro quadrimestre deste ano já foram 113 vendas (+495%) e VGV de R$ 41 milhões (+215%), frente a semelhante período de 2020.

Ricardo Bezerra coordena o estudo de inteligência do mercado imobiliário

No residencial horizontal, casas em condomínios principalmente no Eusébio, foram registradas dez vendas no mês passado (+400%) e VGV de R$ 8 milhões. “Destaco que a Cidade Alpha, ao lado da Fábrica Fortaleza, possui uma infinidade de casas sendo construídas. E no Condomínio Jardins da Serra, em Maracanaú, também. E a maioria casas de alto padrão”, salientou Ricardo.

No segmento supereconômico, do Casa Verde Amarela, houve dois lançamentos em abril – Moradas Parque (VGV de R$ 85 milhões) e Village Rembrandt (VGV de R$ 33 milhões). E no mês foram 505 unidades vendidas (+67%) e VGV de R$ 82 milhões (+75%) frete a março, e VSO altíssimo de 11%. “Se o desempenho continuar desse jeito, poderemos ter este ano um volume de vendas que poderá superar, pela primeira vez, a marca de R$ 1 bilhão”, ressaltou o diretor da Lopes Immobilis.

Com todos estes resultados, o mercado imobiliário já registra um total de R$ 875 milhões no primeiro quadrimestre de 2021 e, com os lançamentos que devem ocorrer no segundo semestre, o empresário acredita que poderá ser encerrado o ano com um total de R$ 3,5 bilhões.

No geral, sem o Casa Verde e Amarela foram 1.068 unidades vendidas (+158%) e um VGV de R$ 630 milhões (+112%), nos quatro primeiros meses de 2021. Foi o melhor mês de abril com 178 unidades vendidas (+2212%) e VGV de R$ 110 milhões (+197%).

Já incluindo os imóveis do CVA também foi o melhor abril, com 683 unidades vendidas (+108%) e R$ 192 milhões de VGV (+156%), na comparação com igual mês de 2020. E no acumulado do primeiro quadrimestre foram 2.662 vendas (+95%) R$ 875 milhões (+102%) na comparação com igual período de 2020.

Pipeline já registrou um VGV de R$ 806 milhões (23%) lançados este ano e a previsão é de chegar a R$ 3,49 bilhões até o final deste ano. Em número de unidades já são 2.449 (27%), de um total previsto de 8.879 imóveis durante os 12 meses deste ano.

Patriolino ressaltou a preocupação dos incorporadores com a alta dos insumos

O diretor da Dias de Sousa Construções, Patriolino Dias, ressaltou que nunca recebeu tanta ligação de colegas incorporadores preocupados com os preços dos insumos e com relação ao rigor dos bancos para liberar os financiamentos à produção.

“Mas isso deve nos ajudar a não sermos imprudentes e lançar uma enxurrada de imóveis no mercado, pois já amargamos alguns prejuízos, mas agora precisamos ter lucro. Vamos trabalhar com prudência, lançando apenas aquilo que o mercado pode absorver”, completou.

Já Ênio Arêa Leão disse que algumas áreas da RMF já começam a apresentar falta de algumas tipologias de imóveis e que os juros ainda estão em níveis baixos. “A pandemia acelerou a limpeza dos estoques, mas daqui para a frente vai depender da evolução dinâmica da economia”, ressaltou.