BUTANVAC APRESENTADA

Instituto Butantan anuncia a primeira vacina desenvolvida totalmente no Brasil

Por Marcelo - Em 26/03/2021 às 2:09 PM

O Instituto Butantan anunciou nesta sexta-feira (26) que começou a desenvolver a produção-piloto da primeira vacina brasileira contra o novo coronavírus. A expectativa é que os ensaios clínicos das fases 1 e 2 em humanos comecem em abril, o que ainda precisa de autorização da Anvisa. Chamada de ButanVac, essa seria uma vacina desenvolvida e produzida integralmente no Butantan, sem necessidade de importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).

Segundo o governo paulista, os resultados dos testes pré-clínicos realizados com animais se mostraram “promissores”, o que permitiria evoluir para estudos clínicos em humanos. A produção-piloto do composto já foi finalizada para aplicação em voluntários humanos durante os testes. Os resultados da pesquisa clínica em pessoas vão determinar se a vacina é segura e tem resposta imune capaz de prevenir a Covid-19.

João Dória ressaltou que a ButanVac é 100% nacional                                     Foto: Divulgação

“Este é um anúncio histórico para o Brasil e para o mundo. A ButanVac é a primeira vacina 100% nacional, integralmente desenvolvida e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, que é um orgulho. São 120 anos de existência, o maior produtor de vacinas do Hemisfério Sul e, agora, se colocando internacionalmente como um produtor de vacina contra a Covid-19”, disse o governador de São Paulo, João Doria.

Para a produção da vacina, o instituto deverá usar tecnologia já disponível em sua fábrica de vacinas contra a gripe, a partir do cultivo de cepas em ovos de galinha, que gera doses de vacinas inativadas, feitas com fragmentos de vírus mortos. A iniciativa do novo imunizante faz parte de um consórcio internacional do qual o Butantan é o principal produtor e tem o compromisso de fornecer a vacina ao Brasil e aos países de baixa e média renda.

O diretor-presidente do Butantan, Dimas Covas, avaliou que a tecnologia utilizada na ButanVac é uma forma de aproveitar o conhecimento adquirido no desenvolvimento da CoronaVac. “Entendemos a necessidade de ampliar a capacidade de produção de vacinas contra o coronavírus e da urgência do Brasil e de outros países em desenvolvimento de receberem o produto de uma instituição com a credibilidade do Butantan”, explicou Covas.

Segundo ele, a parceria com a Sinovac será mantida e não haverá nenhuma alteração no cronograma dos insumos vindos da China. A previsão é que será possível entregar a vacina brasileira ainda este ano. “Após o final da produção da vacina contra Influenza, em maio, poderemos iniciar imediatamente a produção da ButanVac. Atualmente, nossa fábrica envasa a Influenza e a CoronaVac. Estamos em pleno vapor”, ressaltou Dimas Covas.

ButanVac utiliza uma tecnologia muito segura para a sua produção

A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor nesta vacina é o da Doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Por isso, o vírus se desenvolve bem em ovos embrionados, o que permite eficiência produtiva em um processo similar ao utilizado na vacina de influenza, conforme divulgou o Butantan e o Governo  de São Paulo.

“O vírus da doença de Newcastle não causa sintomas em seres humanos, constituindo-se como alternativa muito segura na produção. O vírus é inativado para a formulação da vacina, facilitando sua estabilidade e deixando o imunizante ainda mais seguro”, informou, em nota, o Instituto Butantan. (Agência Brasil)

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