ATENÇÃO À DÍVIDA PÚBLICA

FMI melhora previsão de retração da economia brasileira depois da pandemia

Por Marcelo - Em 06/10/2020 às 9:04 AM

Apesar de todo o cenário desafiador que ainda se impõe, a previsão de retração da economia brasileira neste ano passou de 9,1% pra 5,8%, segundo um levantamento do Fundo Monetário Internacional. Para 2021, o órgão prevê crescimento de 2,8%. A melhoria nas projeções consta do informe periódico Artigo 4, publicação do FMI com informações sobre a economia brasileira.

O documento traz elogios ao governo brasileiro, especialmente a programas de sustentação da renda como o auxílio emergencial, mas adverte para riscos na administração da dívida pública, especialmente se o teto federal de gastos for abolido.

Relatório do FMI elogiou medidas tomadas pelo Governo Federal               Foto: Divulgação

Segundo o relatório, o pagamento do auxílio emergencial para cerca de um terço da população brasileira e outros programas de estímulo ajudaram a evitar uma queda mais abrupta da economia após a pandemia do novo coronavírus. “Uma resposta enérgica evitou uma recessão mais profunda, estabilizou os mercados financeiros e amorteceu os efeitos da pandemia nos mais pobres e vulneráveis”, destacou o texto.

Riscos

Apesar da aprovação à resposta das autoridades brasileiras perante a crise, o FMI destacou que considera “altos e multifacetados” os riscos para a economia do País. Entre os perigos listados, está uma segunda onda da pandemia, os impactos sociais do prolongamento da recessão e a perda de confiança dos investidores.

Nas estimativas do FMI, a dívida pública brasileira encerrará o ano em torno de 100% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos) e permanecerá em níveis semelhantes no médio prazo. O relatório destacou que a curva de juros do país está bastante inclinada, com os juros de longo prazo em níveis altos.

Teto de gastos

Para o FMI, no médio prazo são necessárias reformas estruturais que reduzam os gastos públicos e aumentem a produtividade para reduzir os juros de longo prazo e diminuir os riscos de que a dívida pública brasileira saia do controle.

O relatório aconselhou o governo brasileiro a manter a regra do teto de gastos (que limita o crescimento das despesas federais à inflação) para impedir a deterioração da confiança dos investidores no País e a elevação dos juros.

Mesmo com os riscos, o relatório destacou que o Brasil tem vantagens em relação a outros países emergentes. Além de o País ter grandes volumes de reservas internacionais e um sistema bancário sólido, o FMI ressaltou o baixo nível de endividamento externo, o que impede a explosão da dívida pública por causa da alta do dólar.

Em relação aos juros de curto prazo, o FMI informou que o Banco Central brasileiro tem condições de reduzir ainda mais a taxa Selic, atualmente em 2% ao ano, caso a inflação continue baixa após os programas de estímulos fiscais durante a pandemia serem retirados no próximo ano. “A política monetária vai levar toda a carga de sustentar a economia”, informou o relatório. (Com Agência Brasil)

Mais notícias

Ver tudo de IN Business