CONCORRÊNCIAS PÚBLICAS

Construtoras deverão se adaptar à utilização do BIM, devido às exigências do Governo Federal a partir deste ano

Por Marcelo - Em 26/01/2021 às 11:58 AM

A partir deste mês, por meio do Decreto nº 10.306, entra em vigor a exigência do Governo Federal para que obras públicas de arquitetura e engenharia no Brasil contem com a tecnologia BIM (Building Information Modelling, ou Modelagem da Informação da Construção). O uso do modelo, aplicável em todas as etapas da obra, pode reduzir os custos totais em 9,7% e os custos com insumos em até 20%.

Construtoras que participam de licitações públicas federais deverão utilizar a tecnologia BIM nas obras             Foto: Divulgação

Mesmo nas empresas privadas do setor que não atuam em amplas concorrências de obras públicas, o BIM também é um objetivo traçado. Apesar de aumentar em cerca de 10% a produtividade das empresas de construção civil, a tecnologia ainda tem presença incipiente no mercado nacional. Somente 9,2% das companhias do setor haviam implantado o BIM em sua rotina de trabalho, de acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o exercício de 2018.

Para Sonia Keiko, vice-presidente de Novos Negócios e Inovação da Engemon, grupo brasileiro de Engenharia, Construção e Tecnologia, o uso do BIM é especialmente relevante no contexto de empresas que atuam em todas as etapas dos projetos. “É um diferencial competitivo, pois permite utilizar o BIM para gerar eficiência e assertividade em todas as fases do projeto. Isso, naturalmente, irá gerar diferentes índices de economia em cada uma das etapas, ampliando a competitividade das empresas que contemplam o uso desta tecnologia aumentando a sua entrega de valor aos clientes”, disse.

Seja no setor público ou no privado, o BIM permite antecipar conflitos que naturalmente ocorrem em projetos de ampla execução. Ao adotar modelos em 3D ou 4D para antecipar as estruturas da obra em diversas frentes (elétrica, hidráulica, segurança, entre outras), a tecnologia pode reduzir a quantidade de insumos necessários nas obras, bem como possíveis problemas decorrentes da concorrência por espaços nas estruturas.

“Na Engenharia falamos de espaços confinados e é comum que haja conflitos entre as frentes de trabalho. O BIM é capaz de gerar uma quantidade relevante de dados em um momento no qual os ajustes ainda não trarão um sensível prejuízo para serem contornados. Isso faz muita diferença não só nos custos das obras, mas também no cumprimento dos cronogramas dos projetos. Muitas vezes, sequer é necessário paralisar alguma etapa das obras”, avaliou Guilherme Valente, gerente da GV BIM.

E ressalta que, dependendo da forma como for utilizado, o BIM permitirá o monitoramento da edificação de modo a identificar preditiva e preventivamente desvios em suas operações. “Utilizar o BIM não significa simplesmente ‘girar um botão’. É preciso conhecimento das ferramentas e das possibilidades por elas geradas. Quanto maior for esse conhecimento, maiores serão as possibilidades de atingir índices mais elevados de economia, produtividade e assertividade”, concluiu Valente.

Mais notícias

Ver tudo de IN Business